Esta semana fiquei (bem) impressionada comigo mesma por já conseguir fazer um bom diagnóstico diferencial (DD) (saber as patologias mais importantes de acordo com os sintomas apresentados).
Consegui distinguir o aspecto típico de um cão com leishmaniose (mesmo que não o tenha)! Ainda me lembro quando nos primeiros dias a minha orientadora explicava-me, com muita paciência uma vez que nunca tinha visto um cão com leishmaniose antes, como reconhecê-los (ainda se lembram do episódio do Joca com a hemorragia nasal?).
Apareceu-nos esta semana um cão de por volta de 16 anos, com um aspecto terrível, zonas de alopécia (sem pêlos) enorme, crostas e feridas não cicatrizadas pelo corpo todo. O pouco pêlo que lhe restava era grosso e aspero. Inclusivé a principal razão da consulta era que a pele do cotovelo havia "caído" e tinha a articulação e osso exposto com o tecido necrosado (morto). Acreditem, o aspecto era simplesmente terrível! (e o cheiro n era melhor!)
O cão ainda não tinha feito o teste e as médicas, exactamente por o cão ser um caso tão típico de leishmaniose e também por o dono não ser exactamente um visitante regular, pensavam que o teste já tinha sido feito e tinha dado negativo. O que aconteceu pelos vistos foi, o dono na altura (há alguns anos atrás) não quis fazer o teste a este cão mas fez ao seu outro cão que deu negativo, mas já tinha sido há muito muito tempo, daí a confusão. Ainda bem que eu sou curiosa e fui ler a ficha, e não tinha lá nada escrito acerca do teste ter sido negativo. Eu fui tirar a dúvida com a médica responsavel pelo caso (à parte obviamente) ao qual ela perguntou ao dono se o teste tinha sido feito.
Depois desta confusão ser esclarecida, fomos rapidamente mandar o sangue para analises.
"What a good girl I was!" :P
P.S: Aqui está como a leishmaniose cutânea se parece (fotos retiradas da net)
Sem comentários:
Enviar um comentário